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29 de agosto — o dia nacional da visibilidade lésbica

Há muito tempo, criar uma Newsletter tava rondando no fundinho do meu cérebro, junto com a ideia de que ninguém leria o que eu tenho pra dizer.

Mas aqui tô eu, escrevendo a primeira edição dessa Newsletter. Então seja bem vindo pra essa leitura duvidosa!

Pra começar, pra você que não me conhece, oi, eu sou a Jules. Tenho 21 anos e sou autora de Ampária e Os 13 Contos de Matias Petrus. Sou estudante de Design e trabalho na área como capista, diagramadora e social media.

Hoje é 29 de agosto, o dia Nacional da Visibilidade Lésbica e acho que eu não poderia ter escolhido um dia melhor pra falar da minha experiência como escritora.

Um ano atrás eu tinha lançado Ampária e isso foi mais do que eu achei que poderia fazer. Lançar um livro era tão além do que eu acreditava que era capaz, sabe? Eu, que escrevia meus livros em silêncio, muitas vezes em aulas no ensino médio, tava publicando um livro.

E um livro com protagonistas lésbicas.

Verena e Nadine, Ampária

Eu escrevia livros com personagens lésbicas porque era difícil demais falar sobre isso. Eu queria encontrar pessoas como eu, mas era tão pouca a representatividade lésbica — e sáfica no geral — que eu sempre ficava obcecada por qualquer personagem que pudesse achar (Dani e Jamie eu tô olhando pra vocês). E aí eu escrevi minhas próprias personagens, mágicas, fortes, capazes de lutar ou sereias, lobisomens, demônios. Pessoas lésbicas como foco principal.

Hoje eu já vejo tudo isso com um pouquinho mais de nuance. Também, eu não sou mais uma adolescente confusa com a própria sexualidade procurando um refúgio. Escrever essas personagens quando mais nova foi meu refúgio tantas vezes, mas hoje elas me fazem feliz de um jeito diferente.

Escrever essas personagens hoje é como um presente pra Jules que um dia precisou se ver nesse espaço. Muitas vezes escrevendo essas dinâmicas eu sinto como se essa Jules do passado tivesse uma dorzinha a menos, e eu sei que as cicatrizes ficam, mas poder curar as feridas já é um grande passo. E quem diria que escrever lésbicas poderia ajudar tanto a curar minha criancinha interior?

E hoje eu quero poder fazer isso por outras pessoas.

O estigma que a palavra lésbica carrega é de algo sexualizado, por vezes violento, e eu quero poder fazer algo pela minha comunidade, mesmo que seja um pouquinho. Lésbica é uma palavra linda, que representa tanta gente diferente. E eu quero poder ver essa representatividade nas obras.

Falei sobre isso em uma entrevista com a Vanessa Freitas pro instagram dela (@escrevanessa) e quero falar por aqui também: lésbicas merecem serem representadas.

Nbs, Pcds, lésbicas trans, pretas, amarelas, desfems ou femmes e tantas outras pessoas que não se vêem representadas.

Eu bato nessa tecla e vou continuar fazendo isso, enquanto trabalho pra trazer livros com lésbicas que possam encontrar suas pessoas que vão amar elas tanto quanto eu.

Eu sei que esse tipo de conteúdo não é pra todo mundo, nem todos vão ter interesse em ler — então eu vou dar spoilers hehe

Meus próximos lançamentos (tirando OQENS e considerando que tudo são lésbicos):

  • Sereias lésbicas

  • Necromancer x alquimista

  • Caçadora x lobisomem

  • Demônia lésbica

  • Conjuradora de sombras x luz

  • Alta fantasia friends to enemies to lovers

  • E mais um monte de ideias, mas isso é mais do que suficiente por hora hahaha

Eu sinto que falei muito e ao mesmo tempo não falei nada. Mas eu queria um lugar pra poder falar essas coisinhas que ficam matutando na minha cabeça e não existe lugar melhor pra fazer isso do que a internet — onde qualquer pessoa pode ler? De qualquer forma, se você chegou aqui, muito obrigada. Não sei ainda dizer qual vai ser o ritmo de postagens aqui, mas posso afirmar que em outubro teremos uma inteirinha pra OQENS — e vai ser incrível.

Você me encontra em @juleskflorian no Twitter, Instagram e Tiktok!

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