10 de janeiro — um novo ano

Que ano 2024 foi.

Obviamente, como essa newsletter é uma comunicação mais próxima minha com vocês, meus leitores, sinto que posso compartilhar um pouquinho mais do que só a escrita — apesar de termos muito pra falar sobre isso também.

Nesses últimos meses eu fui no meu primeiro (e segundo) show da vida todinha. Na minha cabeça, shows eram muito cansativos e eu como uma pessoa que não gosta de tumulto, luzes e som alto, tinha certeza de que não era o lugar pra mim. E eu não podia estar mais errada. Acho que, depois de ver o Jão tão de pertinho que tenho certeza de que ele viu eu e minha namorada nos beijando ao som de Alinhamento Milenar, posso dizer que sou uma grande apreciadora de gritar a plenos pulmões e escorrer minha maquiagem com músicas que não são tristes.

Eu também aprendi, pelo menos um pouquinho, a lidar com meu terrível, gigantesco e avassalador medo de dentista. Eu não terminei o tratamento que minha dentista pediu, confesso, mas sobrevivi com muita graça a uma cirurgia na boca. Eu até comi um pastel no dia seguinte. É importante também pontuar que quando tirei os pontos tive uma inflamação no músculo ATM (acho que é assim que fala) e passei um mês chorando e esperando omelete derreter na minha boca pra poder engolir. Não foi muito gracioso, mas também foi justamente nessa época que ganhei minha namorada — particularmente, acho válido ela querer namorar comigo depois de me ver morrendo e chorosa porque quis tomar um milk-shake de morango de canudinho.

Acho que uma das coisas mais importantes desses últimos meses — não, dos últimos anos — foi a minha formatura, em agosto. O TCC me deixou uma pilha de nervos com a faculdade e, poucas semanas antes da formatura, eu reprovei na prova final de uma matéria. Eu nunca tinha reprovado, nem na escola nem na faculdade, e reprovar por 0,2 acertando 10 questões de 12 quebrou meu coração. De verdade, eu chorei igual um bebê, como se minha vida tivesse acabado e nada mais tivesse sentido. Eu gabaritei a prova de recuperação e deu tudo certo no final, mas o drama no meio do caminho é sempre muito importante. Então lá estava eu, 22 de agosto, com meu diploma em mãos e pensando em qual lanche eu comeria saindo de lá, quando o discurso da láurea acabou e eu fui chamada pra receber a minha. Foi uma surpresa muito boa — acho que é bom saber que alguém percebeu o quanto eu me esforcei naquilo, na faculdade que foi tão importante pra mim. Agora eu tô solta no mundo e talvez ainda demore um pouquinho pra achar um caminho.

E a escrita.

Meu Deus, quantas coisas eu queria compartilhar com vocês! Eu terminei a escrita de Matalobos no início do ano e o livrinho veio ao mundo em Julho, e acho que só agora, tantos meses depois, eu tô conseguindo admirar com todo meu coração o quão especial esse lançamento foi. O quão especial vocês fizeram ele ser. Muito, muito obrigada por isso.

Como eu já compartilhei antes — aqui ou nas redes sociais, já não lembro ao certo — meu projeto atual é Rádio Diablo Para Ouvintes Noturnos, meu livrinho de 2022 que merecia uma bela reescrita e um lançamento digno dele. A história, apesar de seguir linhas muito parecidas com a original, precisou de uma balançadinha. Que as tramas e personagens, que os cenários e as cores e os cheiros que minhas meninas sentem fossem muito mais profundos. Que elas pudessem passar pra vocês o amor tão profundo e cru que eu tenho por essa história, todas as coisinhas que também são parte de mim. E que eu escrevo madrugadas a dentro pra vocês. Meu pequeno spoiler é que quem amou Os Que Esperam Nas Sombras vai se deliciar lendo Evelynn e Ade.

Mas como nem tudo são flores — nem mesmo as do inferno, ha — meu processo que tava fluindo até muito bem, caiu num buraquinho deprimente. Quando meus dois livros (OQENS e Matalobos) foram pirateados mês passado, além do estresse geral pra derrubar os sites, também afetaram completamente as vendas na Amazon. Eu não costumo compartilhar essas coisas, por motivos óbvios, mas acho justo compartilhar com vocês que tá sendo um pouquinho difícil continuar a escrita sabendo que meus livros não podem pagar sequer a revisão de Rádio Diablo. Não quero que vocês vejam isso como vitimismo, nem nada assim, por favor! Meus trabalhos como freelancer podem muito bem cobrir tudo sobre o vem aí, mas acho justo compartilhar o meu desânimo com os projetos que eu tanto amo — porque eles ainda são produtos da minha carreira.

Apesar disso, eu continuo com muitas ideias e espero poder compartilhar elas com vocês em breve. Rádio Diablo ainda vai ser o próximo lançamento do nosso Julesverso, mas além dele eu tenho tantas, tantas, ideias! Eu tô trabalhando — escrevendo mesmo — minha próxima alta fantasia, que é algo que eu amo fazer e acho que vocês podem amar minhas meninas poderosas. Eu também quero muito — se tudo der certo — fazer uma viagenzinha aqui pelo meu estado esse ano ainda e escrever meu livrinho de escola mágica. Faz já algum tempo que eu penso nisso e realmente espero que 2025 me ajude a fazer acontecer hahaha. Teremos sereias, e garotas contemporâneas tocando em bandas e ainda mais personagens lésbicas das minhas palavras pras leituras de vocês.

Eu poderia ficar tagarelando por mais algumas boas linhas, mas vou deixar vocês por aqui. A última newsletter foi há muitos meses, então espero que alguém tenha lido até aqui.

Hoje também é meu aniversário, então feliz 23 anos pra mim!

Você me encontra em @juleskflorian no Twitter, Instagram e Tiktok!

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