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06 de outubro — os que esperam nas sombras
Enquanto você lê essa newsletter Os Que Esperam Nas Sombras, meu novo livro de fantasia urbana sobrenatural, já está disponível pra leitura na Amazon! Você encontra o livro aqui.
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Depois de alguns meses de trabalho, escrita, lágrimas, reescrita e alguns surtos no meio do caminho, finalmente OQENS veio ao mundo. E eu nem sei por onde começar a falar desse livro pra vocês.
Então vamos do começo.
A primeira vez que eu pensei na Samanta foi no ensino médio. Lembro que a gente tava trabalhando em um projeto sobre café pra Mostra Científica daquele ano, e como precisávamos digitar, lá estava eu com meu notebook — e eu tô escrevendo isso nesse mesmo notebook.
Em algum momento a minha atenção deve ter se dissipado, e em meio aos artigos sobre o plantio de café e a ideia de personagens possuídas em O Exorcista, a Samanta nasceu.
Pra ser justa, O Exorcista é muito mais um livro sobre o impacto do imaginativo cristão do que um livro de possessão, mas eu tinha 16 anos e uma edição de 1972 da biblioteca da escola — mas isso não importa.
Quando a ideia surgiu eu gostava muito de O Mundo Sombrio de Sabrina e queria muito um nome como esse, mas não queria usar Sabrina, já que era uma personagem muito marcante na minha mente. Então Samanta apareceu com cabelos brancos e olhos translúcidos.
Então veio a casa, com uma arquitetura carinhosamente emprestada de Coraline e Casa Monstro — um dos meus filmes favoritos de infância.
Na primeira versão era isso que eu tinha. Uma casa assombrada e uma menina. E aí ela foi abandonada no meu Google Drive.
Pra quem me conhece há mais tempo, deve saber o quanto eu sonhava em publicar alguma das minhas histórias. Mas não foi sempre assim. Lembro de quando era mais novinha e devorava livro atrás de livro e me sentia menos sozinha com os livros, mesmo que sempre fosse meio desencaixada das outras crianças. E eu amava escrever, mas ser uma escritora parecia tão fora da minha realidade que eu nem sequer cogitava isso. Ainda lembro de uma vez em que disse que isso era impossível e minha mãe respondeu que se eu quisesse, eu conseguia.
Mas em 2019 eu decidi terminar um livro e publicar. Nesse mesmo ano eu desisti de publicar. Eu amava Feral, mas não tinha certeza se o que eu escrevia valia a pena. Se eu valia a pena. E por fim eu decidi que não, não valia. Eu engavetei o livro.
Mas eu amava tanto escrever que eu nunca parei. As ideias vinham, criavam casinhas no meu Google Drive e eventualmente eram assuntos com a minha mãe — mas a ideia de publicar algum dia ainda aparecia baixinha nos meus pensamentos.
Por algum tempo eu deixei isso de lado. Eu escrevia pra mim e às vezes compartilhava no meu antigo Instagram de arte — como compartilhei Eleanor e Gen no Inktober de 2020.
Mas o mercado literário nacional cresceu e sempre que eu via alguém publicando seu livro eu sentia a coceirinha de fazer isso também. E então eu lancei Ampária — e essa história vai ficar pra alguma futura newsletter.

Os Que Esperam Nas Sombras antes se chamava A Maldição de Samanta e também foi o meu livro mais difícil de ser escrito. A história cresceu e as personagens tinham seus próprios sentimentos pra lidar, assim como eu. E enquanto eu escrevia o livro notei que o tema recorrente dos meus livros é esse: o luto.
O luto é presente no livro o tempo todo e ele reverbera nas personagens e nas decisões que crescem na trama.
Eu queria que a história se passasse em algum lugar importante, e por isso escolhi Sacramento em Minas Gerais. E isso também me rendeu algumas boas horas revirando o site da prefeitura de Sacramento e vendo o Google Maps, além de procurar o máximo de fotos entre os anos de 1920 e 1992 — período em que se passa a história. Mesmo assim, muitas das coisas citadas na história foram invenções pessoais minhas — até porque eu não escrevo romances históricos.
Quem aqui é mais das antigas e leu Rádio Diablo (Para Ouvintes Noturnos) vai achar uma referência por aí — e ela existe por dois motivos: Rádio Diablo vai ser relançado no ano que vem. E que esses livros se passam no mesmo universo, assim como o livro em que eu tô trabalhando agora e que deve ser o primeiro lançamento de 2024.
E eu tô tão ansiosa pra compartilhar cada uma dessas histórias com vocês!

Eu sempre fui uma criança criativa, mas na faculdade eu aprendi uma coisa que acho que vou ser eternamente grata: como ser criativa.
E música é uma das coisas que mais me inspira, então enquanto ouvia Oh My God, do (G) I-dle, um trecho me chamou atenção e eu escrevi uma cena inteirinha em cima dele.
“Uma fragrância violeta cobre todo meu corpo
Se estende até os fins do céu
Amor vermelho intenso gravado no meu rosto
Nada importa agora, estou apaixonada”
E assim nasceu Thalia, uma personagem que tem tantas dúvidas e sentimentos confusos, mas que no fundo é só uma manteiga derretida pela nova vizinha com sotaque carioca.
A dinâmica de Thalia e Samanta me fez rir sozinha várias vezes e sacudindo os pés no ar. Elas são opostos, ao mesmo tempo que quando olham de perto, poderiam ser a mesma pessoa. E elas também são bem mais Scooby-Doo do que Sherlock Holmes, se me deixam fazer essa referência.

Eu espero que compartilhar essas coisas possa ter mostrado um pouco do quanto essa história é importante pra mim e que tenha criado em vocês a curiosidade de ler!
Lembrando que OQENS tá disponível como ebook na Amazon — e gratuito pelo Kindle Unlimited —, e também como livro físico pela Uiclap!
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